Entre os dias 30 de Novembro e 12 de Dezembro de 2015, estiveram reunidos em Paris representantes de 195 países, com o objetivo de se encontrarem compromissos para a diminuição da emissão global de gases de efeito estufa, o que deverá diminuir os efeitos e a evolução do aquecimento global. Este acordo é algo pelo que os estados lutam desde 1992, e embora já tenha sido oficializado antes, como no Protocolo de Quioto, ainda não saiu do papel.
O Acordo de Paris foi aceite no Sábado, 12 de Dezembro de 2015, pelas partes e será simbolicamente assinado no dia 22 de Abril de 2016, Dia da Terra, depois de traduzido para as seis línguas oficiais. Entrará oficialmente em vigor assim que pelo menos 55 países, que representem 55% das emissões globais de gases com efeito de estufa, ratifiquem o acordo.
Os principais pontos do acordo são limitar o aumento da temperatura para valores abaixo dos 2ºC e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. O acordo diz também que se deve ser cada vez mais ambicioso com as metas a atingir. Os países devem rever as metas até 2020 e depois a cada cinco anos, de uma forma cada vez mais ambiciosa.
Pode ler o acordo na íntegra no documento oficial: Acordo de Paris
No que respeita a Portugal, O Quadro Estratégico para a Política Climática (QEPiC), aprovado em Julho de 2015, apresenta os objetivos nacionais em termos de política climática consistentes com metas definidas à escala europeia, num contexto de aumento de temperatura global, em relação à era pré-industrial de 2ºC.
Os objetivos atuais mais importantes para 2030 são:
– Meta de redução das emissões de GEE (Gases com Efeito de Estufa) entre 30% a 40%, assegurada por trajetória de redução entre 18%-23% (ambas com base em 2005);
– Redução do consumo de energia em 30%, em relação à baseline, assente na eficiência energética;
– Fomento das energias renováveis, atingindo 40% do consumo final de energia.
Com o Acordo de Paris, Portugal irá ter de rever também a sua política climática e energética para poder cumprir os novos objetivos assumidos. Para que isto aconteça, Portugal tem de rever e aumentar a ambição de curto prazo nos seguintes setores fundamentais:
– Rever a meta de energias renováveis. É possível atingir 100% de eletricidade renovável já em 2030;
– Reabilitação urbana precisa de ser acelerada com requisitos ambiciosos de eficiência energética;
– Rever a política de mobilidade com a promoção clara dos transportes públicos nas médias e grandes cidades, em detrimento da utilização do transporte individual.
Em modo de opinião pessoal, congratulamo-nos com o aumento da consciencialização global para esta temática e de que é preciso reduzir a utilização de combustíveis fósseis o mais depressa possível, eliminando-as por completo no médio/longo prazo, e na importância que a eficiência energética tem no futuro da civilização tal como a conhecemos.
As auditorias energéticas realizadas a edifícios são de suma importância para se descobrirem medidas de melhoria com vista à redução do consumo energético e consequente diminuição das emissões de gases nocivos.